ATIVIDADES / 6ºANO / 2º TRIMESTRE
O QUE É PEREGRINAÇÃO?

As visitas aos locais sagrados estão profundamente conectadas com a
noção de peregrinação. A palavra "peregrino" vem do termo latino
"peregrinus", que significa estrangeiro ou indivíduo que empreende uma
jornada.
Ela era utilizada para descrever uma pessoa que decidia fazer uma breve visita a um lugar distante. "Peregrinatio" era uma palavra latina utilizada para descrever alguém que vivia fora de sua terra natal por um curto espaço de tempo.
As peregrinações ou visitas a locais sagrados são movimentos que fazem
parte da história do homem há muito tempo. Mas o que precisa acontecer
para um determinado local se transformar em ponto de experiência
espiritual? Melhor: o que torna um destino sagrado?
Em muitos casos, milagres são frequentemente relacionados com esses locais. Alguns deles são santuários naturais, tais como bosques sagrados. Porém, a grande maioria é formada por templos ou santuários dedicados a uma determinada divindade. Também há locais que ganham essa característica por possuírem uma estátua, um símbolo ou até mesmo por objetos sagrados, como relíquias. Tais lugares acabam se tornando destinos de peregrinação e veneração.
LUGARES SAGRADOS DE PEREGRINAÇÃO

Varanasi: uma das primeiras grandes cidades da história
universal, Varanasi, na Índia, também é um dos primeiros locais do
mundo a se tornar destino de peregrinos.
Por volta do segundo milênio antes da Era Cristã, o local viu surgir a religião e a filosofia arianas. Isso ocorreu quando o reino de Maghada dominou a região. Após a morte de Sidarta Gautama, budistas chineses passara a visitar a região. Atualmente, essa cidade que fica às margens do rio Ganges, recebe mais de 20 milhões de peregrinos todo ano. Muitos deles visitam o templo Kashi Vishwanath.

Tóquio: Entre os locais que há mais tempo recebe peregrinos, Tóquio está em posição de destaque. O bairro de Harajuku, onde hoje fica o Santuário Meiji (foto) e atrai mais de 30 milhões de turistas por ano.
Construído há 100 anos em homenagem ao Imperador Meiji e à Imperatriz Shoken, o Santuário Meiji Shinto é cercado por uma floresta, que muitos consideram sagrada. Porém, o primeiro local que levou peregrinos a Tóquio é o Templo Sensoji. Construído em 628, o local é dedicado a Bodhisattva Kannon, o Buda mais compassivo. Desde sua construção, o templo é destino de milhares de peregrinos.

Lumbini: Segundo a tradição budista e as escrituras
sagradas em Pāli, a cidade de Lumbini, no Nepal, foi o local onde teria
nascido o Buda, entre os séculos 6 e 4 a.C.
É atualmente um dos locais mais sagrados para os budistas, pois teria sido caminho para a iluminação de Buda, o Jardim Sagrado de Lumbini tem sido um centro de peregrinação para os devotos seguidores já a partir do século 3 a.C.

Lhasa, Tibet: A região que ficou mundialmente conhecida como o "topo do mundo", o Tibet é o local onde o budismo ganhou uma versão que hoje é conhecida em praticamente todo planeta. (Foto: O Barkhor, um local para caminhada, meditação e compras).
Atualmente, a cidade de Lhasa, considerada território sagrado para os budistas tibetanos, recebe milhares de peregrinos. Muitos visitam os palácios Norbulingka e Potala além dos templos Drepung e Jokhang e dos mosteiros Sera e Drepung.

Jerusalém: Antes mesmo de ser conquistada por Alexandre, o Grande, em 333 a.C, Jerusalém já era uma cidade sagrada para os judeus, os quais habitavam a região desde, pelo menos, mil anos antes de Cristo, durante o reinado do rei David (morto em 962 a.C.).
Depois disso, com a demarcação dos locais sagrados feitos por Helena, mãe do imperador Constantino, em 325. Nesse momento, a cidade ganha força como destino de peregrinos cristãos.
Em 638, o califa Omar I tomou Jerusalém para os muçulmanos. Entre 688 e 691, o califa Marwān determinou a construção da mesquita de Al-Aqsa, considerada o terceiro local mais sagrado do islamismo. A famosa construção fica na parte velha de Jerusalém conhecida como Monte do Templo pelos judeus e Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos.
Por esses e outros motivos, Jerusalém é destino de milhares de peregrinos das três grandes religiões monoteístas. Em 1981, Jerusalém foi declarada patrimônio da humanidade pela UNESCO.

Meca: Outra cidade que durante milênios tem sido o
destino de milhares de peregrinos é Meca, na Arábia Saudita. Para os
islâmicos, ela é o grande destino sagrado.
Local onde nasceu o profeta Muhammad (570-632). No entanto, desde antes da criação do Islã, Meca e a Caaba já eram procuradas por peregrinos que adoravam outras divindades.
Chamada de Macoraba pelo matemático Ptolomeu (100 d.C-170 d.C.), além de ser um importante entreposto comercial de caravanas, Meca recebia os seguidores das deusas Al-Lat e Manat. A Caaba, hoje um local exclusivamente ligado à tradição muçulmana, também foi um antigo santuário de outros ídolos antes da criação do islã. A grande Mesquita de Masjid al-Haram, considerada atualmente o maior centro de peregrinação do mundo.

Roma e Vaticano: Ocupada desde a Idade do Bronze, Roma só se tornou um destino de peregrinação após a criação do império romano, o qual dominaria boa parte da Europa, da Mesopotâmia, da Península Arábica e do Norte da África.
Lá existiam templos para deuses
como Saturno, Júpiter, Juno, Netuno, Minerva, Marte e Vênus. Com o
surgimento da Igreja católica, Roma se tornou central para essa fé no
Ocidente. Atualmente, a cidade abriga o menor estado independente do
planeta: o Vaticano.
Os milhões de turistas que visitam esse local vão em busca da história da Igreja Católica e da inegável beleza das obras de artistas como Rafael, Michelangelo. Lá estão obras como a Pietá e a Capela Sistina. Tudo isso rodeado pelo gigantismo de Roma, onde é possível visitar locais desde a enorme Piazza San Pedro (Praça de São Pedro) e o Coliseu até a igreja de San Pietro in Vincoli, onde é possível ver o incrível Moisés esculpido por Michelangelo.
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VIDEOAULA: Espaços sagrados - Aula 01
